Nuremberg

O castelo de Nuremberg

Saímos da Toscana cedo, passamos em Verona para pegar a Stella e seguimos até Pfronten, na Alemanha. Infelizmente, chegamos de noite na seção dos alpes. As vistas de dia devem ser lindas. Estava chovendo e eu fiquei preocupado com o ter que trafegar por mais de uma hora numa estradinha nas montanhas, com neve acumulada no acostamento, muito trânsito. Mas deu tudo certo, graças a Deus.

Terceira visita a Assis

Assis vista de Rivotorto.

Voltando de Loreto para Barberino di Mugello, paramos em Assis. O dia estava esplendoroso. Para começar, fomos a Rivotorto, onde ainda não tínhamos estado.

O tugúrio.

O antigo tugúrio ou telheiro onde São Francisco e os irmãos viviam apertados, com frio e fome, mas cheios do amor a Deus, ainda está preservado, se é que é o original. Fica dentro de uma igreja.

Igreja de São Damião.

Saindo de Rivotorto, passamos pela Igreja de San Damiano, onde Cristo falou a São Francisco pedindo-lhe que reparasse sua igreja, que estava em ruínas.

Ícone retratando Santa Clara.
O claustro.
A pequena capela no andar de cima. No nicho à esquerda, uma imagem de Cristo falou com Santa Clara, dizendo que sempre a protegeria, se me recordo bem.

* * *

Seguimos direto para o Eremo delle Carceri, no Monte Subásio.

O eremitério é uma joia incrustada na montanha.
A entrada dos edifícios que compõem o eremitério.
“Onde Deus, ali a paz”.
O refeitório.
A planície lá longe.
Entrada da minúscula gruta usada por Frei Rufino, um dos companheiros de São Francisco.

La caratteristica che lo contraddistingueva era «la virtuosa incessante orazione»: frate Rufino «pregava ininterrottamente e, anche dormendo e in qualsiasi occupazione, aveva lo spirito unito al Signore».

“A característica que o distinguia era a ‘virtuosa incessante oração’: frei Rufino ‘rezava ininterruptamente e, mesmo dormindo e em qualquer ocupação, tinha o espírito unido ao Senhor.”

O túmulo de Rufino está junto ao de São Francisco.

Mas os outros companheiros, desnecessário dizer, eram também muito santos. Aliás, são muitos os santos e beatos da família franciscana. Eis eles, contando apenas os que viveram até o século 19:

63 santos

San Benedetto Massarari
San Bernardino da Siena
San Bernardo da Corleone
San Bonaventura da Bagnoregio
San Carlo da Sezze
San Corrado Birndorfer da Parzham
San Corrado Confalonieri
San Crispino da Viterbo
San Diego d’Alcalá
San Fedele da Sigmaringen
San Felice da Cantalice
San Felice da Nicosia
San Francesco Antonio Fasani
San Francesco Fogolla
San Francesco Maria da Camporosso
San Francesco Solano
San Giacomo della Marca
San Giovan Giuseppe della Croce
San Giovanni da Capestrano
San Giovanni da Dukla
San Giovanni da Triora
San Giuseppe da Copertino
San Giuseppe da Leonessa
San Gregorio Maria Grassi
San Leonardo da Porto Maurizio
San Lorenzo da Brindisi
San Lucchese
San Ludovico
San Ludovico d’Angiò
San Ludovico da Casoria
San Pacifico da Sanseverino Marche
San Pasquale Baylon
San Pietro d’Alcántara
San Pietro Regalado da Valladolid
San Pio da Pietrelcina
San Salvatore da Horta
San Serafino da Montegranaro
San Simone da Lipnica
San Tommaso Placidi da Cori
Sant’Agnese d’Assisi
Sant’Agnese di Boemia
Sant’Angela da Foligno
Sant’Antonino Fantosati
Sant’Antonio di Padova
Sant’Antonio di Sant’Anna Galvão
Sant’Egidio Maria di San Giuseppe
Sant’Elisabetta d’Ungheria
Sant’Elisabetta del Portogallo
Sant’Eustochia Calafato
Sant’Ignazio da Laconi
Sant’Ignazio da Santhià
Sant’Umile da Bisignano
Santa Beatrice de Silva Meneses
Santa Camilla Battista da Varano
Santa Caterina da Bologna
Santa Giacinta Marescotti
Santa Margherita Bays
Santa Margherita da Cortona
Santa Maria Crescentia Hoss
Santa Maria Francesca delle Cinque Piaghe
Santa Maria Francesca di Gesù
Santa Mariana de Paredes y Flores
Santa Rosa da Viterbo

E 45 beatos:

Beata Angela Maria Truszkowska
Beata Antonia di Firenze
Beata Elisabetta Achler
Beata Filippa Mareri
Beata Florida Cevoli
Beata Ludovica Albertoni
Beata Maria Crocifissa Satellico
Beata Maria del Monte Carmelo del Bambino Gesù
Beata Maria del Transito di Gesù Sacramentato
Beata Maria della Passione de Chappotin de Neuville
Beato Agnello da Pisa
Beato Alberto da Sarteano
Beato Andrea Conti
Beato Angelo Carletti
Beato Angelo d’Acri
Beato Arcangelo Piacentini
Beato Benedetto da Urbino
Beato Bernardino da Feltre
Beato Bernardino da Fossa
Beato Bernardo di Quintavalle, 1º companheiro de S. Francisco
Beato Bonaventura da Potenza
Beato Corrado da Offida
Beato Cristoforo di Santa Caterina
Beato Diego Giuseppe da Cadice
Beato Egidio d’Assisi
Beato Gabriele Ferretti
Beato Giovanni da Fermo
Beato Giovanni da Montecorvino
Beato Giovanni Duns Scoto
Beato Guido Vagnottelli
Beato Leone d’Assisi
Beato Luca Belludi
Beato Marco d’Aviano
Beato Marco da Montegallo
Beato Matteo da Bascio
Beato Matteo Guimerà di Agrigento
Beato Modestino di Gesù e Maria
Beato Odorico da Pordenone
Beato Pellegrino da Falerone
Beato Pier Pettinaio
Beato Pietro da Mogliano
Beato Raimondo Lullo
Beato Raniero d’Arezzo
Beato Tommaso Bellacci
Beato Tommaso da Celano

63 santos e 46 beatos! Só isso já atesta a enorme irradiação espiritual de São Francisco de Assis.


Para nossa surpresa, Assis estava vazia.
Esta é a praça central. Ali estão as colunas do templo romano, dedicado a Minerva, construído no ano 30 a.C. Hoje é uma igreja.
Apenas um carro passando, no caminho para a Basílica de São Francisco.
Algumas pessoas pareciam estar com frio…
Quase ninguém…
A nave superior quase vazia… a igreja, com notou a Dri, é muito alegre, com os afrescos coloridos de Giotto.
Será que este representa o mendigo que estendia sua capa no chão para São Francisco passar?
“Até hoje chamei Pietro Bernardone de meu pai. Agora digo, ‘Pai nosso que estais no Céu’…” (cito de memória). Este momento está entre os mais conhecidos da história da humanidade, penso.

Foi muito bom estar de novo em Assis. Descemos ao túmulo de São Francisco e ficamos uns instantes ali. Fomos à Igreja de Santa Clara e estivemos sós junto ao Crucifixo de São Damião por alguns minutos. Um lugar muito abençoado. Descemos ao túmulo dela e também fizemos ali uma oração.

O Dr. Stoddart tinha dado à Liana uma imagem deste crucifixo com as seguintes palavras, que não sei de que fonte vêm:

Eu sou a Luz, e vós não me vedes.
Eu sou a Via, e vós não me seguis.
Eu sou a Verdade, e vós não acreditais em mim.
Eu sou a Vida, e vós não me buscais.
Eu sou o Mestre, e vós não me escutais.
Eu sou o Chefe, e vós não me obedeceis.
Eu sou o vosso Deus, e vós não orais a mim.
Eu sou o vosso grande Amigo, e vós não me amais.
Se sois infelizes, não ponhais a culpa em mim!

Scarperia

Um dos lugares perto de Barberino que visitamos foi Scarperia. Está a apenas 19 km daqui. Está na lista dos “burgos mais belos da Itália”. É medieval, bem pequeno e bem preservado. Tem uma forte tradição de cutelaria.

Foi agradável andar pelas ruazinhas, prestando atenção às fachadas das casas, muito bem conservadas.

Siena

O Duomo, no alto de uma das três colinas que constituem a Siena antiga.

“Segundo as palavras de Santa Caterina da Siena, a cidade é uma imagem da alma: os muros que a circundam estão a significar o limite entre o mundo exterior e o interior; as portas são os sentidos ou as faculdades que ligam o interior com o exterior; o intelecto, diz a Santa, examina todos os que se avizinham da porta, distinguindo os amigos dos inimigos, e o livre-arbítrio cuida da segurança da cidade. Nela jorram fontes; sob a proteção de seus muros há jardins, e no centro, onde está seu coração, se vê o Santuário.

“Siena, por ter sido edificada segundo este simbolismo, realiza essa semelhança; ela é uma imagem da Alma. E, como a alma, ela é transfigurada pela luz: quando, no começo da manhã, de um dos jardins que se voltam para o vale, antes ainda que os ruídos do dia cubram o trilar da andorinhas, se vê a primeira luz dourada inundar a cidade que se ergue altaneira, ou quando à noite, de São Domenico se admira o último raio de sol inundar as casas e as torres com um vermelho de fogo, enquanto o Duomo, tornado de madrepérola e de jaspe, parece muito leve e por fim brilha sozinho diante do céu resplandecente, então se vê Siena como aquilo que ela era no espírito de seus construtores: uma cidade sagrada.” (Titus Burckhardt, em Siena, Cidade da Virgem)

A alma de São Francisco

Assis está na encosta do Monte Subásio.

Não seria difícil descrever Assis arquitetonicamente, ou em termos de localização, ou em termos de visitantes. O que é difícil descrever é a alma de Assis. Essa alma, acredito, é São Francisco. Talvez se possa dizer que essa cidade foi criada 900 anos antes de Cristo para que um dia esse grande santo nascesse nela.

Grande santo.

Um de seus primeiros companheiros teve uma visão de uma cruz enorme, cujo topo tocava o Céu e os braços se estendiam horizontalmente até os confins do universo. O pé da cruz estava apoiado… na boca de São Francisco. Ele entendeu que a influência de São Francisco se espalharia por todo o mundo.

Basta olhar os visitantes que percorrem as ruas de Assis, que estão nas igrejas, que estão junto ao seu túmulo, para entender: pessoas do mundo todo vêm aqui rezar, pedir, fazer uma peregrinação. Do mundo todo.

O crucifixo que falou com São Francisco.
Hoje na Basílica de Santa Clara.
Estivemos ali. É muito grande e muito sagrado.

E foi o próprio Cristo quem disse: “Vai, Francisco, e repara minha igreja, que, como vês, está em ruína.” Cristo pediu a ele que reparasse sua Igreja!

Renovou o ensinamento evangélico da pobreza e da confiança total em Deus. Do sacrifício de tudo por Deus. Mostrou que a criação deve ser vista como obra de Deus. Foi o primeiro a ter os estigmas de Cristo.

É conhecido como “alter Christus”, o outro Cristo.

São Francisco recebe os estigmas, na pintura de Giotto,
segundo a experiência mística que o santo teve.

Chegamos a Assis na Basílica di Santa Maria degli Angeli, dentro da qual está a igrejinha da Porziuncula.

A Porziuncola hoje está dentro de uma igreja muito maior.
Vista do interior.

“O local, de acordo com os antigos habitantes, era chamado, por outro nome, de Santa Maria dos Anjos. O Pai [São Francisco] disse que sabia, por revelação divina, que a Santíssima Virgem, de todas as igrejas erigidas em sua honra, amava aquela com especial predileção; e por isso o Santo a preferia a todas as outras.” [Tomás de Celano.]

“A Porciúncula se tornou um lugar especial para Francisco, onde ele frequentemente parava para rezar; aqui ele entendeu que deveria viver ‘”‘de acordo com o Santo Evangelho’. Foi da Porciúncula que Francisco enviou os primeiros frades para anunciar a paz.”

“Em 1205, ele escolheu esse lugar, então entre os bosques, como sua casa e fundou a Ordem Franciscana ali. Em 2 de agosto de 1216, na presença de sete bispos da Úmbria, o pequeno edifício foi consagrado e o chamado Perdão de Assis foi proclamado.”

“O Perdão de Assis é uma indulgência plenária que, na Igreja Católica, pode ser obtida por seus fiéis do meio-dia de 1º de agosto à meia-noite de 2 de agosto de cada ano. Essa indulgência foi concedida em 1216 pelo Papa Honório III a todos os fiéis, a pedido de São Francisco de Assis.”

“De acordo com o relato tradicional, em uma noite de julho de 1216, enquanto São Francisco de Assis rezava na igreja da Porciúncula, ele teve uma visão de Jesus e Nossa Senhora cercados por uma hoste de anjos. Perguntaram-lhe que graça ele desejava, tendo orado tanto pelos pecadores. Francisco respondeu pedindo que o perdão completo de todos os pecados fosse concedido àqueles que, tendo se confessado e se arrependido, visitassem a igreja. O pedido, por intercessão de Nossa Senhora, foi concedido com a condição de que ele se dirigisse ao papa, como vigário de Cristo na Terra, para solicitar a instituição de tal indulgência.”

Perto da Porciúncula, no local onde hoje se encontra a Capela do Trânsito, São Francisco morreu na noite de 3 de outubro de 1226.

Eremo delle Carceri

Depois fomos ao Eremo delle Carceri, o Eremitério dos Cárceres, que tem esse nome porque as celas eram tão pequenas.

“O eremitério é o local onde São Francisco de Assis e seus seguidores costumavam se retirar para rezar e meditar. Situado a 4 quilômetros de Assis, a uma altitude de 791 metros nas encostas do Monte Subásio, o eremitério fica próximo a algumas cavernas naturais, frequentadas por eremitas já no início da era cristã.”

Leito na pedra dura onde São Francisco dormia.
Capela em que ele rezava, logo depois do leito.

Pudemos ficar sozinhos uns 10 minutos, talvez, na capela, ao lado do leito de São Francisco. Ficamos em silêncio, orando.

Depois fomos para a cidade.

A cidade é linda, quase que inteiramente medieval.

Há uma bênção especial nela, está muito claro.

Túmulo de São Francisco de Assis.

Fomos ao túmulo do santo, em sua basílica, e à basílica de Santa Clara. Andamos pela cidade, com tantas passagens estreitas, subindo ou descendo, tantos pórticos lindos, tantas janelas antiquíssimas.

A cidade antiga é muito grande e muito, muito bonita.

Igreja de São Damiano.

Por fim, fomos à Igreja de San Damiano. Foi ali que o crucifixo falou com São Francisco. Foi ali que ele compôs o Cântico das Criaturas.

“Entre 1211 e 1212, seguindo uma profecia de São Francisco, Santa Clara fundou uma ordem de freiras de clausura que residiram ali até 1260. A própria igreja, de acordo com a historiografia católica, foi a protagonista dos principais milagres da santa: a multiplicação dos pães, a dádiva do óleo, a fuga dos sarracenos do claustro, vários exorcismos e curas e a aparição da cruz no pão diante do papa.”

O claustro.
A capela, com uma cópia da Cruz de São Damiano.
Naquele canto, Santa Clara morreu.

Carta de Santa Clara.

A Oração Simples.
São Francisco, por Cimabue.

Penso que os olhos do santo, na pintura acima, expressam algo de especial.

Ficamos pouco mais de 24 horas em Assis, mas foi uma visita maravilhosa.

Obrigado, São Francisco!


[Com a ajuda de alguns textos da Wikipédia, entre aspas. E a maior parte das fotos é da Wikipédia, também.]

Florença

Foto colhida na internet.

A maior atração de Florença é a Igreja de Santa Maria del Fiore. Obra renascentista, como sabemos. Mas, embora não seja arte sagrada (apenas arte religiosa, baseada no falso princípio do Humanismo), ela não deixa de ter sua beleza.

Esta foto é minha, feita hoje.

Em primeiro lugar, ela é enorme, enorme.

Depois, a alternância de cores, verde, branco e rosa, cria um efeito muito bonito.

Como se pode ver acima.

Compõe o conjunto da igreja a Torre de Giotto.

Ela é altíssima.

Mas Firenze é muito mais do que isso. A cidade contém cerca de 10% dos tesouros artísticos de toda a Itália. A quantidade de edifícios históricos é impressionante. De todos os tipos.

Nós só tivemos um contato muito pequeno e superficial com tudo isso.

Esta é a igreja de Santa Maria Novella, uma igreja românica cuja fachada foi recriada neste estilo renascimental.

Também esta igreja foi adaptada. Aqui vemos a parte mantida como originalmente.

Aqui uma foto na celebérrima Ponte Velha, ou melhor: Ponte Vecchio.

Os brasões… na fachada do Palazzo Vecchio, um dos principais edifícios da grande cidade.

Esta foto não é nossa. Mostra a entrada do Palazzo Vecchio, com uma cópia do Davi de Michelangelo à esquerda.

Mas o que me chamou a atenção foi o monograma IHS sobre a porta de entrada, e com os raios, como na imagem de São Bernardino di Siena.

Mas Florença, para mim, é Dante Alighieri.

Uma estátua sua do século 19, que não vimos!, fica na Piazza Santa Croce.

“De acordo com Boccaccio, a mãe de Dante, pouco antes de dá-lo à luz, teve uma visão e sonhou que estava sob um loureiro muito alto, no meio de um vasto prado com uma fonte jorrante, junto com o recém-nascido Dante, e que viu o bebê estender a mãozinha para a folhagem, comer as bagas e se transformar em um magnífico pavão.” (Wikipédia)

Dante foi um grande sábio-santo, como poucos. A Divina Comédia é obra grande, como poucas. Evidentemente, ele tinha uma visão espiritual elevadíssima. E só por isso que pôde escrever essa obra única, uma das maiores da humanidade, estudada em todo o mundo há 700 anos.

Para só falar na estrutura: a Divina Comédia tem 100 cantos, num total de 14.233 versos PERFEITOS, endecassílabos (onze sílabas), com o acento necessariamente na décima sílaba. Todos esse milhares de versos seguem a “terceira rima”, ou seja, um esquema em que as rimas se entrelaçam em três linhas, desta forma: A B A, B C B, C D C, D E D, E F E… e assim por diante.

Mas isso é só a estrutura. Sobre o conteúdo da Divina Comédia, talvez escreva algumas linhas outro dia.

A Florença que mais aparece é a dos Medici, família que teve muito poder por quase 300 anos ininterruptos, de 1434 a 1737. Mas Florença é na verdade Dante Alighieri. O Dante que foi expulso da cidade e teve que ser um peregrino por diversos locais da Itália, até terminar em Ravena, onde morreu e está enterrado. Os fiorentinos tentaram reaver seu corpo, mas os habitantes de Ravena não permitiram.

Dante encontra Beatriz na Ponte da Santíssima Trindade. Famoso quadro do pintor inglês Henry Holiday, feito cerca de 1882. Bela imagem, muito famosa.

Não pude ir à Casa di Dante (que provavelmente não é a casa em que ele morou), mas comprei uma edição simples da Vida Nova. Li essa obra uma vez, há muitos anos. É maravilhosa. Quero relê-la, agora, se possível.

Ah, esqueci de dizer que fomos à Piazza San Marco, tentar ver as pinturas de Fra Angelico, mas sem sucesso. Estava fechada a igreja-museu. Só vimos uma de longe. Quem sabe voltamos um dia.

Gostaríamos de ver a famosa “Anunciação”, já com elementos humanistas, mas de grande piedade.

Também queríamos ir à Igreja de San Miniato al Monte, para ver esta e outras imagens, mas não foi possível, infelizmente.

Na grande igreja de Santa Maria del Fiore, na qual não entramos (filas quilométricas…), há 600 relíquias. Entre elas, o que seria o braço de um dos Apóstolos.

Ponte di Dante

Depois de sairmos de Borgo San Lorenzo, fomos a Vicchio, mas ali nada de especial nos chamou a atenção.

Então fomos para o Passo di Muraglione, no alto dos Apeninos toscanos.

Imagem do caminho para os Apeninos.
Visão da estrada.

Paramos para ver a Ponte di Cicaleto, conhecida como Ponte di Dante, por Dante ter passado por ali quando teve de fugir de Firenze, condenado à morte. Resolvemos pegar a trilha de 500 m.

Dizem que foi nesta região que Dante se inspirou para o começo da Divina Comédia, em que está perdido na floresta. Será?

O caminho era simples, o silêncio quebrado pelo murmurar das águas ao lado e por alguns chilreios de passarinhos.

A Ponte de Dante.

Chegamos por fim à pequena ponte. Difícil acreditar que ela está ali há mais de 700 anos!

Uma ítalo-brasileira que compreende que Dante foi um grande sábio, como poucos.

O local é muito contemplativo. Fizemos a trilha, na ida e na volta, orando em silêncio. Muito, muito especial. Pensei no grande Dante.

Paramos bem no alto, num lugar chamado Cavallino, que tem um bar e um belvedere.

Estávamos muito, muito alto nas montanhas. A foto anterior não mostra bem.

Uma bela cidadezinha por que passamos. O vídeo não faz justiça ao local.

A ponte de Dante foi o ponto alto (embora bem mais baixo) de nossa visita. Um lugar especial, em que se sente a proximidade do Céu, se assim podemos dizer. Ficamos felizes de ter estado ali.

Borgo San Lorenzo

Estátua de São Francisco de Assis junto à Igreja Paroquial de San Lorenzo.

Hoje fomos a Borgo San Lorenzo, pequena cidade que fica a 19 km de Barberino di Mugello.

A igreja tem linhas sóbrias, românicas.
Detalhe do oratório de São Francisco de Assis, do lado de fora.
Outro detalhe do mesmo oratório.

Não pudemos entrar na igreja naquele momento.

Biblioteca de Borgo San Lorenzo.
A torre da mesma igreja, sobre a ábside. Imponente.
Uma das portas, na antiga muralha.
Outra vista da biblioteca, tirada de diante da igreja.
A torre do relógio.
Outra vista.
Ruazinha do centro antigo.
Detalhe na rua.
Detalhe na rua.
Trecho que restou da antiga muralha.
Achei bonita esta porta, e vi que a inscrição é…
Pax et bonum: paz e bem!
Visão da cidade, perto do centro.
Um pouco mais longe do centro histórico. A cidade é bem arrumada e bem mantida.

Lucca

O Volto Santo de Lucca.

Hoje fomos a Lucca. Lucca, na Toscana, é chamada de “cidade das 100 igrejas”. E a presença espiritual é forte, apesar de todos os turistas. Não pudemos ver o “Volto Santo”, mas é considerada a mais antiga estátua de madeira de Cristo do mundo ocidental. Deve ser do século 8 ou 9.

É considerada uma imagem acheiropoieta, ou seja, não feita por mão humana.

Nós nos confundimos e não vimos esta imagem. Pretendemos vê-la quando voltarmos a Lucca.

São Frediano desvia a água do rio Serchio.

O patrono da cidade é São Frediano. Abaixo a Basilica di San Frediano.

O notável mosaico da Ascensão de Cristo é dos séculos 13 e 14. Muito bonito.

Outra igreja que visitamos foi a de San Michele in Foro.

Há um crucifixo muito bonito. Sob o crucifixo há um esquife com o corpo mumificado de São Davino Armeno.

“São Davino nasceu na Armênia no século XI. Devido à escassez de fontes, sabe-se muito pouco sobre a vida do santo. Pelo que sabemos, ele distribuiu seus bens aos pobres e depois deixou sua terra natal para fazer uma grande peregrinação ao Santo Sepulcro em Jerusalém, aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo em Roma e a Santiago de Compostela. No caminho para a última etapa, adoeceu na cidade de Lucca e, por isso, foi internado em um pequeno hospital perto da igreja de San Michele in Foro; depois de pouco tempo, foi acolhido por uma viúva caridosa chamada Atha, em cuja casa morreu em 3 de junho de 1050.” Wikipédia.

Nesta igreja pudemos ficar alguns momentos orando.

Na mesma igreja há esta bela imagem da “lactatio”, da Virgem dando de mamar ao Menino Jesus.

É um afresco.

A mesma imagem pode ser vista numa rua.

A imagem da rua vista mais de perto.

Bem no alto da igreja está uma grande estátua de São Miguel Arcanjo.

Este é o Duomo de Lucca, ou seja, a Catedral de São Martino, com seu campanário.

Não pudemos entrar nela. É onde está o Volto Santo. A fachada é muito bonita, com muitos detalhes.

A Catedral de San Martino começou a ser construída no século 11 e foi terminada no século 12.

A Lucca antiga, cercada pelas muralhas, é enorme. São ruas e mais ruas e mais ruas, tudo muito bonito.

A cidade antiga é totalmente cercada pela antiga muralha, enorme, com mais de 4 km e muito larga, que foi transformada numa calçada.

Parte interior da cidade vista de trecho da muralha.

Para terminar: Lucca é a terra de Santa Gemma Galgani, que morreu em 1903 aos 25 anos. Ela tinha recebido os estigmas de Cristo.

Foi um grande privilégio ir a Lucca. É claramente uma cidade sagrada. Que Deus a proteja!

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